COLÉGIO ESTADUAL TIRADENTES-RIO REAL/BAHIA

terça-feira, 30 de abril de 2013

Agricultura Familiar: Organização produtiva e diversidade sustentável

Cartilha cordel-completa

Agroecologia 2

Em tempos de corrida para o desmatamento, bancada ruralista sedenta e alterações no código florestal, a agroecologia surge como a grande (r)evolução para plantar sim, produzir muito e garantir renda sem patrocinar a devastação de nossos biomas.

As monoculturas, além de equivocadas são um retrocesso, que os grandes ruralistas teimam em defender.

Neste sistema, onde uma enorme área é utilizada para o plantio de uma única espécie vegetal as desvantagens são ambientais (exaure solo e reduz ou dizima a biodiversidade), sociais (reduz a mão-de-obra, portanto dispensa trabalhadores, muitas vezes explorados e até escravizados neste sistema) e econômicas (já que a simples desvalorização do produto ou uma praga específica podem destruir o produtor rural).

A luz no fim do túnel
Baseada num sistema que seja socialmente justo, economicamente viável e ecologicamente sustentável, a agroecologia, como o próprio nome sugere, concilia plantio e preservação, seguindo alguns critérios básicos:

Sistemas Agroflorestais (SAF´s): são sistemas de plantio que visam a diversidade biológica, combinando espécies agrícolas, florestais e animais em sucessão temporal e espacial, baseados nos critérios do clima e do solo.

Espécies pioneiras são usadas para cobrir rapidamente uma área e possibilitam o sombreamento necessário para o desenvolvimento das espécies secundárias. Podas e capinas seletivas servem para acumular biomassa sobre o solo e aceleram a sucessão.

A agroecolgia permite a recuperação de áreas degradadas, com o novo plantio. Neste sistema é possível garantir lucro o ano inteiro, respeitando a época de colheita de cada produto. Esse lucro pode ser estendido quando o produtor também revende sementes e mudas ou comercializa produtos com os alimentos que planta, como no caso do juçaí, onde quem planta a palmeira juçara é quem comercializa a polpa deste fruto.

Principais Vantagens
*Controle biológico de pragas e doenças, que garante a qualidade do alimento, livre de fertilizantes ou agrotóxicos
*Melhoria das condições químicas, físicas e biológicas do solo
*Redução de processos erosivos
*Equilíbrio do ciclo hidrológico
*Melhor aproveitamento da radiação solar
*Resistência aos efeitos adversos do clima
*Diversidade que garante produtos e serviços a curto, médio e longo prazo

A agroecologia representa principalmente a autonomia para o pequeno agricultor, que não mais precisa se basear nestes modelos adotados por grandes ruralistas, que copiando as monoculturas européias não garantem nem a qualidade dos produtos, muito menos a biodiversidade e a sustentabilidade do planeta.

E para não ficar só na teoria, estes vídeos mostram alguns exemplos de sistemas agroflorestais e casos de sucesso de pequenos produtores que passaram a ganhar muito mais dinheiro baseados nos conceitos da permacultura.


Manual horta-organica-domestica

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Consumo sustentável

Cartilha Repensando os Processos de Educação Ambiental no Ensino Básico

A Importância da Água





A água é um recurso natural de valor inestimável. Mais que um insumo indispensável à produção e um recurso estratégico para o desenvolvimento econômico, ela é vital para a manutenção dos ciclos biológicos, geológicos e químicos, que mantêm em equilíbrio os ecossistemas. É, ainda, uma referência cultural e um bem social indispensável à adequada qualidade de vida da população.

A conservação da quantidade e da qualidade da água depende das condições naturais e antrópicas das bacias hidrográficas, onde ela se origina, circula, percola ou fica estocada, fora de lagos naturais ou reservatórios artificiais.

Isso porque, ao mesmo tempo em que os rios, riachos e córregos alimentam uma determinada represa, por exemplo, eles também podem trazer toda a sorte de detritos e materiais poluentes que tenham sido despejados diretamente neles ou no solo por onde passaram.

Recentemente muito se tem falado a respeito da "crise da água", e especula-se sobre a possibilidade da escassez deste recurso vital se tornar motivo de guerras entre países. É preciso haver consciência de que, exceto no caso de regiões do planeta em que há uma limitação natural da quantidade de água doce disponível, na maioria dos países o problema não é a quantidade, mas sim a qualidade desse recurso, cada vez pior devido ao seu mau uso e gestão inadequada.

Segundo o pesquisador Aldo Rebouças, professor titular do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo, USP, uma análise comparativa entre a disponibilidade hídrica e a demanda da população no Brasil mostra que o nível de utilização da água disponível em 1991 era de apenas 0,71%.
Mesmo para os estados mais populosos e desenvolvidos, como São Paulo e Rio de Janeiro, este índice também era muito confortável, estando por volta de 10%.Ouseja, a questão que se coloca diante de nós não é a disponibilidade ou falta de água, mas sim as formas de sua utilização que estão levando a uma acelerada perda de qualidade, em especial nas regiões intensamente urbanizadas ou industrializadas.
O pesquisador afirma que "o que mais falta no Brasil não é água, mas determinado padrão cultural que agregue ética e melhore a eficiência de desempenho político dos governos, da sociedade organizada lato sensu, das ações públicas e privadas, promotoras do desenvolvimento econômico em geral e da sua água doce, em particular".
A região metropolitana de São Paulo é um caso exemplar de má gestão dos recursos hídricos. Água há. Basta verificar, em qualquer mapa da cidade, os rios de bom tamanho como o Tietê e Pinheiros e mais de uma centena de rios menores e córregos correndo por toda a região.
Há, ainda, várias represas de grande porte como a Guarapiranga e a Billings e vastas áreas de mananciais que praticamente envolvem toda a metrópole. É, sem dúvida, uma região naturalmente bem servida de água. Mas a falta de planejamento e de responsabilidade tem provocado a contaminação dos rios, córregos e represas e a ocupação desordenada das regiões de mananciais.
Um estudo desenvolvido pelo Instituto Socioambiental, em parceria com diversas outras organizações não governamentais, mostrou que entre os anos de 1989 e 1996 a bacia do Guarapiranga perdeu 15% de sua cobertura vegetal, enquanto que o crescimento urbano foi da ordem de 50%.
Pior: mais de 60% da ocupação urbana registrada ocorreu em áreas que possuem sérias ou severas restrições ambientais. São encostas íngremes, regiões de aluvião ou várzea. Apenas 8,9% da mancha urbana se deu em áreas favoráveis. Os movimentos de terra, tais como abertura de estradas e terraplanagem, figuram no topo das ocorrências irregulares, respondendo por 21% dos 1 497 registros.
Para superar essa situação, é necessário substituir o modelo tecnocrata e utilitarista que imperou até hoje na gestão dos recursos hídricos no Brasil. Um modelo que ignora que a água de boa qualidade é um recurso finito e que prioriza certos usos, como geração de energia, saneamento e transporte, em detrimento de outros como abastecimento.

Fonte: Banas Ambiental - João Paulo Ribeiro Capobianco , biólogo, é coordenador de Programas do Instituto Socioambiental, especialista em Educação Ambiental pela Universidade de Brasília e doutorando em Agricultura e Meio Ambiente pela Universidade Estadual de Campinas, Unicamp/SP.

Cartilha dos produtos orgânicos

Cartilhas -Agroecologia