A História Oral é o trabalho de pesquisa que faz uso de fontes orais, coletadas por meio de entrevistas gravadas, em diferentes modalidades. Ela passa a ser utilizada a partir dos anos 50 com a invenção e difusão do gravador a fita na Europa, América do Norte e América Central por historiadores, antropólogos, cientistas políticos, sociólogos, pedagogos, teóricos da literatura, psicólogos e outros profissionais que adquirem relatos orais como fontes para a compreensão do passado, ao lado de outros documentos, como fotografias e documentos escritos.
Porém, independente de como é utilizada, é essencial que se faça uma pesquisa e o levantamento de dados, a elaboração de roteiros e entrevistas antes de se fazer o trabalho de campo.
A história oral se
mostra inovadora ao dar
atenção especial a pessoas que são consideradas excluídas dahistória, como por exemplo, o proletariado, as mulheres e os idosos , à história
do cotidiano e vida privada, à
história local e
enraizada, além de possuir abordagens que priorizam uma história próxima e comum
a qualquer pessoa, que foca as diferentes maneiras dever e sentir, numa perspectiva da micro-história . Entretanto,
a credibilidade das fontes orais é regularmente questionada .
Através da oralidade é possível a transmissão de
conhecimentos da memória humana . Antes do
surgimento da escrita, era comum que
as pessoas passassem umas as outras seus conhecimentos oralmente, porque a
memória auditiva e visual eram seus recursos era o
armazenamento e transmissão dasabedoria .
Apesar de seu uso
crescente, a sua credibilidade enquanto fonte é questionada por parte de alguns
acadêmicos
porque o entrevistado pode ter uma falha de memória, pode criar uma trajetória
artificial, se auto-celebrar, fantasiar,omitir ou mesmo mentir . Mesmo
diante dessa "não confiabilidade da memória", ,
conseguiu-se estabelecer uma metodologia bem estruturada para a produção de
dados a partir dos relatos orais .
O que poderia ser
percebido como um problema acaba se transformando em um
recurso, uma vez que o próprio entrevistador, no ato de produção da narrativa
histórica, não deixa de produzir uma versão do que entendeu ter acontecido . Mesmo quando o pesquisador tem a certeza de
que o entrevistado está mentindo conscientemente , cabe a
ele, entrevistador, tentar entender as razões da "mentira", ou seja, quais os
motivos que estão levando a pessoa a mentir, podendo ser aplicado o mesmo no
caso da ilusão biográfica, quando o indivíduo faz uma produção
artificial de si mesmo. No caso de esquecimento , para
ajudar suprir essa falha, podem-se usar instrumentos que servem de apoia a
memória, comofotografias,
objetos e outras coisas que possam ajudar o entrevistado a se recordar melhor
dos fatos em pesquisa .
Outra forte crítica à
fidedignidade das fontes orais é a que elas são carregadas de subjetividade . Essa subjetividade muitas vezes é percebida,
mas é ela que muitas vezes faz a diferença, pois as fontes orais contam-nos não
apenas o que um povo ou um indivíduo fez, mas também os seus anseios, o que
acreditavam estar fazendo ou fizeram .
Mas, como qualquer
outro documento, as fontes orais merecem um minucioso trabalho de crítica e
interpretação, cabendo ao pesquisador usar a história oral de maneira correta e
buscar os fatos que forem relevantes ao seu trabalho, porque a partir dos
depoimentos orais é possível ter infinitas representatividades . Segundo
Gwyn Prins, na história oral pode-se fazer duas divisões ao se tratar de
relatos: a primeira é uma tradição oral que representa um testemunho oral
transmitido de geração em geração, e outra, que é considerada uma reminiscência
pessoal, uma evidência oral específica das experiências de vida do entrevistado.
A produção da memória
Voltada para o passado,
a história oral se engaja na produção de memória a partir dos vestígios que podem ser
encontrados no presente . A invenção do gravador a fita nos Estados Unidos, na Europa
e no México nos anos 50 foi
expressiva à história oral. A partir desta criação foi possível a gravação das
narrações, possibilitando o armazenamento da memória oral . Antes de
gravar os testemunhos, o pesquisador deve selecionar os entrevistados, o local
das entrevistas e elaborar o roteiro das entrevistas . A
transcrição das entrevistas é responsável por transformar os objetos auditivos
em visuais . Ela deve ser feita o quanto antes, e de
preferência pelo próprio entrevistador .
Posteriormente, ela passa a constituir um acervo de entrevistas, sendo preservada junto com as gravações , podendo também ser publicada, de acordo com os objetivos do
projeto . A memória não se acomoda em ser um
depositário passivo de fatos, pois também é um processo ativo de criação de
significações . Portanto, o trabalho histórico que se pode
fazer com as fontes orais é infindável .
PREZADOS ALUNOS INSIRAM SEUS TRABALHOS DE CAMPO, NOS COMENTÁRIOS...
Mudaria o meu estilo de vida, queria outra com melhores condições. Porque desde criança trabalhei muito e hoje não tenho condições adequadas de viver melhor, um pouco mais de conforto. Os tempos passado mudou só que pra outras pessoas nem tanto, como gostaria.
ResponderExcluirAntes as pessoas eram bem diferentes de hoje, eram mais humildes, menos violentas, não tinham tanta maldade, eram mais amigáveis.
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