COLÉGIO ESTADUAL TIRADENTES-RIO REAL/BAHIA

sábado, 18 de maio de 2013

Fontes Orais

A História Oral é o trabalho de pesquisa que faz uso de fontes orais, coletadas por meio de entrevistas gravadas, em diferentes modalidades. Ela passa a ser utilizada a partir dos anos 50 com a invenção e difusão do gravador a fita na Europa, América do Norte e América Central por historiadores, antropólogos, cientistas políticos, sociólogos, pedagogos, teóricos da literatura, psicólogos e outros profissionais que adquirem relatos orais como fontes para a compreensão do passado, ao lado de outros documentos, como fotografias e documentos escritos.
O uso da história oral pode ser compreendido como uma metodologia, uma técnica, e uma disciplina.
Porém, independente de como é utilizada, é essencial que se faça uma pesquisa e o levantamento de dados, a elaboração de roteiros e entrevistas antes de se fazer o trabalho de campo.
A história oral se mostra inovadora ao dar atenção especial a pessoas que são consideradas excluídas dahistória, como por exemplo, o proletariado, as mulheres e os idosos , à história do cotidiano e vida privada, à história local e enraizada, além de possuir abordagens que priorizam uma história próxima e comum a qualquer pessoa, que foca as diferentes maneiras dever e sentir, numa perspectiva da micro-história . Entretanto, a credibilidade das fontes orais é regularmente questionada .
Através da oralidade é possível a transmissão de conhecimentos da memória humana . Antes do surgimento da escrita, era comum que as pessoas passassem umas as outras seus conhecimentos oralmente, porque a memória auditiva e visual eram seus recursos era o armazenamento e transmissão dasabedoria .
Apesar de seu uso crescente, a sua credibilidade enquanto fonte é questionada por parte de alguns acadêmicos porque o entrevistado pode ter uma falha de memória, pode criar uma trajetória artificial, se auto-celebrar, fantasiar,omitir ou mesmo mentir . Mesmo diante dessa "não confiabilidade da memória", , conseguiu-se estabelecer uma metodologia bem estruturada para a produção de dados a partir dos relatos orais .
O que poderia ser percebido como um problema acaba se transformando em um recurso, uma vez que o próprio entrevistador, no ato de produção da narrativa histórica, não deixa de produzir uma versão do que entendeu ter acontecido . Mesmo quando o pesquisador tem a certeza de que o entrevistado está mentindo conscientemente , cabe a ele, entrevistador, tentar entender as razões da "mentira", ou seja, quais os motivos que estão levando a pessoa a mentir, podendo ser aplicado o mesmo no caso da ilusão biográfica, quando o indivíduo faz uma produção artificial de si mesmo. No caso de esquecimento , para ajudar suprir essa falha, podem-se usar instrumentos que servem de apoia a memória, comofotografias, objetos e outras coisas que possam ajudar o entrevistado a se recordar melhor dos fatos em pesquisa .
Outra forte crítica à fidedignidade das fontes orais é a que elas são carregadas de subjetividade . Essa subjetividade muitas vezes é percebida, mas é ela que muitas vezes faz a diferença, pois as fontes orais contam-nos não apenas o que um povo ou um indivíduo fez, mas também os seus anseios, o que acreditavam estar fazendo ou fizeram .
Mas, como qualquer outro documento, as fontes orais merecem um minucioso trabalho de crítica e interpretação, cabendo ao pesquisador usar a história oral de maneira correta e buscar os fatos que forem relevantes ao seu trabalho, porque a partir dos depoimentos orais é possível ter infinitas representatividades . Segundo Gwyn Prins, na história oral pode-se fazer duas divisões ao se tratar de relatos: a primeira é uma tradição oral que representa um testemunho oral transmitido de geração em geração, e outra, que é considerada uma reminiscência pessoal, uma evidência oral específica das experiências de vida do entrevistado. 

A produção da memória

Voltada para o passado, a história oral se engaja na produção de memória a partir dos vestígios que podem ser encontrados no presente . A invenção do gravador a fita nos Estados Unidos, na Europa e no México nos anos 50 foi expressiva à história oral. A partir desta criação foi possível a gravação das narrações, possibilitando o armazenamento da memória oral . Antes de gravar os testemunhos, o pesquisador deve selecionar os entrevistados, o local das entrevistas e elaborar o roteiro das entrevistas . A transcrição das entrevistas é responsável por transformar os objetos auditivos em visuais . Ela deve ser feita o quanto antes, e de preferência pelo próprio entrevistador . Posteriormente, ela passa a constituir um acervo de entrevistas, sendo preservada junto com as gravações , podendo também ser publicada, de acordo com os objetivos do projeto . A memória não se acomoda em ser um depositário passivo de fatos, pois também é um processo ativo de criação de significações . Portanto, o trabalho histórico que se pode fazer com as fontes orais é infindável .
 
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2 comentários:

  1. Andreia Amélia dos Santos ( Proeja Médio-Módulo I)18 de maio de 2013 às 12:18

    Mudaria o meu estilo de vida, queria outra com melhores condições. Porque desde criança trabalhei muito e hoje não tenho condições adequadas de viver melhor, um pouco mais de conforto. Os tempos passado mudou só que pra outras pessoas nem tanto, como gostaria.

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  2. Domingas H. da Costa ( Proeja Médio-Módulo I)18 de maio de 2013 às 12:21

    Antes as pessoas eram bem diferentes de hoje, eram mais humildes, menos violentas, não tinham tanta maldade, eram mais amigáveis.

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